A Irmandade da Cera, constituída apenas por oficiais mecânicos de diversos ofícios, surgiu em data ainda desconhecida. Não obstante, sabemos que já existia no reinado de D. Duarte (1433-1438). Entre os seus privilégios, destacamos o facto de poderem ter dois procuradores cuja principal função era requerer à Câmara Municipal tudo o que fosse necessário para o bem público, assim como o de possuírem um açougue privativo. A sua principal procissão era a do Corpo de Deus, onde deveriam estar representadas, através de insígnias ou imagens, todas as artes ou ofícios. Até 1820, data em que esta irmandade se passou a denominar Irmandade de Nossa Senhora da Conceição, encontrava-se sediada na ermida de São João. Depois desta data, os irmãos obtiveram autorização régia para irem para a igreja de São Pedro, que tinha uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, sua protetora. O Compromisso desta «nova» irmandade data do ano da sua criação e os privilégios que adquiriu eram os mesmos da sua antecessora, nomeadamente o direito a ter um açougue privativo e o de ter por juiz privativo o juiz de fora da vila. Por outro lado, a eleição dos mesteres estava a cargo da Câmara.